Ficomex discute a importância de ter políticas públicas transparentes e eficientes relacionadas ao meio ambiente
Publicado por Comunicação em 11 de setembro de 2024
Especialistas da área enfatizam que o caminho é orientar e tornar as regras mais claras, facilitando assim o conhecimento sobre ações sustentáveis que devem ser seguidas por empresários e produtores
O mundo está cada vez mais atento à necessidade de investir em produção sustentável. Os blocos comerciais espalhados pelo planeta têm criado normas que precisam ser seguidas pelos países quando se trata de exportação de produtos. É uma forma de garantir que determinado item foi produzido ou fabricado preservando o meio ambiente. É por isso que cada nação tem investido em legislações, atividades, programas e projetos para assegurar políticas públicas sustentáveis e eficientes, que fortaleçam também o comércio exterior.
Reconhecendo a importância do tema, a Feira Internacional de Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex) abriu espaço em sua programação, na quinta-feira (29/08), para o trazer o meio ambiente para discussão. A pauta foi conduzida no Espaço Arena BRB pela secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), Andréa Vulcanis, com participação do vice-presidente e conselheiro de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Flávio Rassi, e head Agrocarbono na Future Carbon Group, Sávio Sardinha.
De acordo com a secretária Andréa Vulcanis, é necessário investir em políticas públicas transparentes e eficientes. Ela trouxe como exemplo o caso do Estado de Goiás, que reuniu todos os envolvidos para conversar e ‘arrumar a casa’. “Sentamos, dialogamos e estruturamos um pensamento comum, com objetivos que buscamos alcançar. Até porque o meio ambiente não pode ser tratado como uma política de exclusão, como temos visto acontecer no Brasil ao longo do tempo. Não é meio ambiente contra o desenvolvimento, contra o agro, contra a mineração, contra tudo e todos. Se permanecermos divididos, nós teremos um projeto de nação impossível. A partir do momento que você abre a sua escuta como político e permite entrar na sua cabeça aquilo que todos querem, a gente consegue construir um lugar comum”, destacou.
Andréa Vulcanis reforçou ainda que é preciso haver um comprometimento com o resultado. “Porque o que eu mais ouvia quando cheguei aqui [em Goiás, em 2019] era a seguinte frase: nem que eu queira, consigo cumprir a lei ambiental. Era uma verdade, nem se a pessoa quisesse, ela não conseguiria, porque o Estado não tinha uma máquina pública capaz de entregar esse resultado de eficiência. Iniciamos um trabalho para tornar tudo mais claro e eficiente. Para conseguir o licenciamento ambiental, por exemplo, levava sete anos. Nós conseguimos baixar o prazo para 40 dias, tudo dentro da lei”, enfatizou.
O vice-presidente e conselheiro de Meio Ambiente da Fieg, Flávio Rassi, destacou também que é preciso ter regras e políticas claras e eficientes, não somente no sentido de proibição, mas sim de orientar como fazer. “Dessa forma, teremos uma produção sustentável, incentivo à produção legal, a quem quer fazer direito uma economia de baixo carbono, por exemplo, uma transição de energia bacana para os negócios. Precisamos sair da parte só do ‘não pode’ para entrar na fase do ‘como fazer e do incentivo’. A gente precisa orientar e fazer entender que a sustentabilidade gera divisas. Um empresário ou produtor que faz seu produto de forma sustentável, vai usar melhor os recursos naturais, além de valorizar sua marca e o seu negócio”, ressaltou.
Reflexo no exterior
O head Agrocarbono na Future Carbon Group, Sávio Sardinha, trouxe para debate as regras mais rígidas estabelecidas pelos mercados comerciais, como o europeu, para a exportação de produtos, como investimento em crédito de carbono, energias renováveis, uso de solo, políticas contra desmatamento, rastreabilidade bovina, entre outros. “Muitos mercados estão fechando portas para produtos que não têm comprovação de produção seguindo preceitos sustentáveis. Às vezes uma pessoa física, ou mesmo jurídica sozinha, não consegue trabalhar isso, se não houver apoio do Estado ou de um contexto legislativo que facilite a exportação”.
Ele reforçou que o caminho é ter políticas públicas mais enxutas e diretas ao ponto. “Eu desconhecia essa política de Goiás, mas esse é o caminho. Mato Grosso também segue dessa forma, facilitando a quem produz, para que o produtor passe a ter algo mais claro, mais objetivo de cumprir, que possa cumprir com o sabor de que aquilo trará para ele aumento de eficiência, que aquilo trará para ele acesso ao mercado e que o Estado está jogando junto”, informou.
Ficomex 2024
A edição 2024 da Feira Internacional de Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex), considerada a maior feira de internacionalização de negócios do País, segue com a programação nesta quinta-feira, dia 29 de agosto, no Centro de Convenções de Goiânia. A Feira reúne três eixos: negócios, educação e políticas públicas, em um só local, com mais de 170 expositores de diversos países e dos sete estados que compõem o Consórcio Brasil Central (Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão e Rondônia). Na programação, ainda estão previstas palestras, rodadas de negócios e workshops sobre as áreas temáticas.
A Ficomex é promovida pela Acieg, por meio de sua Câmara de Comércio Exterior (Comex-Acieg), e Faciest, com correalização do Governo de Goiás, e parceria com entidades empresariais, terceiro setor e poder público. A ação também tem o apoio do Sebrae Goiás e do Consórcio Brasil Central. São patrocinadores da Ficomex: Sicoob Unicentro, Iest Group, Alibaba, Antares Aeroporto, Unimed Goiânia, Porto do Açu, AHL Agro, Lunding Mining, São Salvador Alimentos, OCB-GO, Equatorial Energia, Soluti/Everest, Grupo José Alves, Porto de Suape, Caixa Econômica Federal e Correios – Governo Federal.