comércio internacional a partir do Brasil Central atrai interesse de portos marítimos de diferentes regiões
Publicado por Comunicação em 29 de agosto de 2024
Representantes dos Portos de Itaqui, no Maranhão; Suape, em Pernambuco; e do Açu, no Rio de Janeiro, participam da Feira Internacional de Comércio Exterior do Brasil Central, em Goiânia, na busca por novos exportadores e parceiros estratégicos. Grãos, minérios e combustíveis estão entre os principais interesses
A comercialização da produção dos Estados que compõem o Consórcio Brasil Central (Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Rondônia e Tocantins) tem atraído o interesse de portos marítimos de diversas localidades do País, tanto pelo volume de produção, quanto pela diversidade ofertada. Dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) apontam que no primeiro semestre de 2024 foram movimentados 644,8 milhões de toneladas, sendo 16,4% de produtos oriundos dos Estados que compõem o bloco. Durante a Feira Internacional de Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex), realizada em Goiânia, três portos marítimos apresentaram suas capacidades e diferenciais competitivos aos visitantes: Porto do Açu, no Rio de Janeiro; Porto de Suape, em Pernambuco; e Porto do Itaqui, no Maranhão.
No Porto de Itaqui, que fica em São Luís do Maranhão – estado que integra o bloco – foram movimentadas 36,4 milhões de toneladas em 2023 e a expectativa, segundo representantes do empreendimento, é de maior integração logística multimodal para acesso aos mercados que compõem o consórcio. De acordo com a gerente de Planejamento da Empresa Maranhense de Administração Portuária, Luciana Kuzolitz, o Porto do Itaqui se apresenta hoje como um porto do corredor Centro-Norte, que tem acesso a águas profundas e acesso a diferentes mercados pelo Norte do País. “Nós não somos só o porto do Maranhão, mas realmente somos o porto do Corredor Centro-Norte. Hoje, as nossas cargas vêm para movimentar não só o setor produtivo aqui da região, mas também para os clientes que estão fora, consumindo o que é produzido aqui. Sem dúvida, os Estados do Brasil Central são os nossos grandes clientes e parceiros para os novos investimentos para o crescimento do Porto”, ressalta.
Segundo ela, a produção dos Estados que compõem o consórcio, sobretudo na parte de grãos, minérios, combustíveis e celulose, tem sido alvo de investimentos para a construção de novos terminais na região denominada Hinterlândia do Porto de Itaqui, incluindo terminais de transbordo e terminais de granéis líquidos, como o que está sendo construído em Santa Helena de Goiás.
No caso do Porto de Suape, que também fica na região Nordeste, mas em Pernambuco, o interesse está sobretudo na movimentação de grãos. Atualmente, segundo o coordenador de Planejamento e Negócios Portuários, Nilson Monteiro da Silva Filho, o terminal movimenta principalmente trigo, mas tem capacidade para absorver e exportar outros importantes produtos oriundos da região do Brasil Central, como soja e derivados, entre outros itens da pauta de sólidos.
“Estamos tentando avançar em relação à carga de grãos, para levar para o Suape. Temos a oferecer uma infraestrutura portuária mais eficiente do que a utilizada hoje”, pontua. “Mesmo estando um pouco mais distante do que os outros portos, o Suape tem uma capacidade de expansão muito grande, já tem uma infraestrutura portuária consolidada e a gente tem muito menos tempo de espera para a atracação de navio do que os outros portos. Estamos tentando quebrar um paradigma de não só utilizar os portos do Sul-Sudeste, também se olhar para o Porto de Suape no Nordeste, porque no total ali do custo logístico vai fazer sentido, com certeza. A participação na Ficomex é ótima nesse sentido de penetração, de dar visibilidade ao porto, de fazer com que o mercado entenda que o Suape é uma opção”, exclama.
Mesmo estando na região Sudeste do País, que tradicionalmente tem maior acesso a alguns dos mercados do Brasil Central, o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, também aproveita da Ficomex para prospectar novos negócios de olho na expansão de mercados e comercialização internacional. Segundo o diretor Comercial e de Terminais do Porto de Açu, João Braz, a aproximação com Goiás já vem sendo feita há alguns anos e que a Ficomex está sendo o momento para alcançar diretamente os empresários e propor novas abordagens de escoamento dos produtos.
“A gente começou uma aproximação com Goiás, provavelmente há um ano e meio, durante a Tecnoshow. Tivemos algumas delegações de Goiás indo ao Porto para visitar o local e a gente percebeu que existe uma oportunidade gigantesca para fazer um corredor logístico entre Goiás e o Porto do Açu, que Goiás acaba não sendo muito bem atendido na questão logística, incluindo a rodoviária”, argumenta. “Vimos na Ficomex uma oportunidade muito boa para mostrar como a gente pode ajudar, tantos produtores como a manufatura de Goiás, a acessar de maneira mais fácil os diferentes mercados e exportar seus produtos.”
Ele elenca que entre as vantagens competitivas estão a ausência de fila para atracar o navio, que impacta no preço final do produto; a capacidade de expansão do complexo, que atualmente conta com 130 km² e área para expansão para desenvolver novas plantas de fábricas; e a localização fora dos centros urbanos, que facilita acesso das cargas.
Ficomex 2024
A edição 2024 da Feira Internacional de Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex), considerada a maior feira de internacionalização de negócios do País, segue com a programação nesta quinta-feira, dia 29 de agosto, no Centro de Convenções de Goiânia. A Feira reúne três eixos: negócios, educação e políticas públicas, em um só local, com mais de 170 expositores de diversos países e dos sete estados que compõem o Consórcio Brasil Central (Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão e Rondônia). Na programação, ainda estão previstas palestras, rodadas de negócios e workshops sobre as áreas temáticas.
A Ficomex é promovida pela Acieg, por meio de sua Câmara de Comércio Exterior (Comex-Acieg), e Faciest, com correalização do Governo de Goiás, e parceria com entidades empresariais, terceiro setor e poder público. A ação também tem o apoio do Sebrae Goiás e do Consórcio Brasil Central. São patrocinadores da Ficomex: Sicoob Unicentro, Iest Group, Alibaba, Antares Aeroporto, Unimed Goiânia, Porto do Açu, AHL Agro, Lunding Mining, São Salvador Alimentos, OCB-GO, Equatorial Energia, Soluti/Everest, Grupo José Alves, Porto de Suape, Caixa Econômica Federal, Apex Brasil e Correios – Governo Federal.