Especialista aponta os principais erros no momento de pagar tributos
O professor e coordenador do MBA em planejamento tributário da Face-UFG, Ilirio José Rech, destaca pontos a serem retrabalhados em ambientes empresariais
Publicado por Comunicação em 12 de janeiro de 2022
Se planejar é a orientação mais indicada pelos especialistas da área do setor produtivo e econômico. De acordo com um relatório divulgado na última segunda-feira (03) pela Eurasia Group, o momento é de se organizar e planejar cada passo para o ano de 2022 com cautela.
Mas, um dos problemas recorrentes e que geram dúvidas e/ou erros no momento de organizar o orçamento é a questão dos tributos. Empreendedores apontam a complexidade dos impostos como o principal entrave para o planejamento econômico para 2022.
Em enquete realizada no perfil do Instagram da Acieg sobre como está o planejamento tributário em sua empresa para 2022, 67% dos entrevistados responderam que não planejaram seus tributos, enquanto 33% afirmaram que planejaram seus impostos de 2022. Considerando que o ideal é que essas definições estivessem prontas até final do ano passado, os números mostram que as empresas precisam amadurecer quando o tema é tributação.
Buscando dar indicações e apontar os principais problemas encontrados no pagamento de impostos empresariais, a Acieg entrevistou o professor de ciências contábeis, o doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP), e coordenador do programa de MBA em Planejamento Tributário da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas das Universidade Federal de Goiás (Face-UFG), Ilirio José Rech.
Regime tributário inadequado
A principal questão apontada pelo professor é a escolha inadequada do regime tributário em empresas. O erro mais comum é que ao optarem por um sistema que julgam ser ‘mais vantajoso’ e com custo aparentemente menor, muitos empreendedores podem estar fazendo o contrário do pretendido.
O coordenador do MBA destaca que a falta de profissionais com conhecimento aprofundado e atualizado em tributação ou, por vezes, a não procura por estes profissionais levam os empresários a cometerem equívocos ao escolher um regime tributário em detrimento de outro.
“Escolher pessoas capacitadas e que entendam seu nicho no mercado é o passo primordial para adotar um regime fiscal correto ao porte e aos planejamentos futuros de crescimento do seu negócio. Por vezes, somos atraídos por um regime que parece menos dispendioso, mas não levamos em conta as características das atividades ou as estratégias do negócio, o que pode levar a perda de mercado frente a concorrência que opta pelo regime menos oneroso e adequado as condições das atividades”, explicou Rech.
Além da importância da adoção de estratégia tributária adequada o professor aponta o valor de contratar profissionais adequados ao perfil da companhia, principalmente em áreas como a gestão tributária e finanças que passam por constantes mudanças de ambientes e influência do mercado externo e do ambiente econômico.
“Procure pessoas que se encaixam e sejam adaptáveis as estratégias e objetivos de seu negócio. Às vezes você pode ter em sua equipe alguém que não tem a formação, mas ela se enquadra ao clima da companhia e investir para que ela se aperfeiçoe profissionalmente poderá ser valioso aos planos futuros”, frisou.
Falta de conhecimento do próprio negócio
Outro fator levantado pelo especialista em contabilidade é a falta de conhecimento dos proprietários ou gestores sobre as necessidades e o perfil tributário da empresa perante o mercado que atua.
O erro mais comum é a identificação do perfil tributário dos fornecedores e clientes, o que pode levar a transações menos vantajosas ou a erros no atendimento às obrigações acessórias. Identificar esses perfiz é apontado pelo professor como primordial para a realização de operações menos onerosas do ponto de vista tributário. “É a espinha dorsal da operação de uma companhia. Esses itens podem definir os gastos tributários e afetar os investimentos. Desta forma, identificá-los é um passo necessário para entender a operação e buscar o perfil adequado no mercado para realizar a operação”, destacou Rech.
Ilirio explica ainda que, ao dominar este componente, consequentemente será possível entender e sanar equívocos ao aplicar corretamente o percentual de alíquotas, adotar bases de cálculo adequada, principalmente do Pis e Cofins que tem muitas peculiaridades, e impactam na apuração dos demais tributos, como o ICMS, IRPJ e a CSLL. “Infelizmente a legislação tributária brasileira é complexa e muitas vezes injusta, seja para pessoas com o poder aquisitivo menor ou para pequenas empresas. O caminho é o conhecimento e a visão estratégica para garantir um crescimento sustentável e que respeite as normas”, destacou.
Investimento em especialização
O terceiro ponto que faria a diferença em ambiente empresarial, segundo Rech, é investir em conhecimento e profissionalização. “Não é somente trazer o melhor recurso tecnológico e estrutural para sua companhia, mas treinar sua equipe e capacitá-la para o mercado e as tendências”, ponderou.
Ele aponta que empreendedores, sejam eles empresários, contadores, advogados, administradores, economistas, todos precisam buscar conhecimento. “Mesmo que cada profissão citada tenha suas peculiaridades, todas estão envolvidas no ambiente empresarial, são contribuintes ou são afetados pelos impostos, e o ideal seria que elas obtivessem esse conhecimento, mesmo que seja assessorada por profissionais especializados”.
Uma opção de especialização é o MBA em Planejamento Tributário da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis e Ciências Econômicas da UFG, que está oferecendo descontos de até 10%. O curso é ofertado de maneira presencial e as aulas são realizadas quinzenalmente. A duração da especialização é de 24 meses. As aulas da próxima turma terão início no próximo dia 18/02.
As inscrições estão abertas até o dia 10/02 e podem ser feitas por meio do link no site da Face-UFG.
Foto: Pexels/Reprodução