Henrique Meirelles faz panorama econômico na Acieg

Para o ex-ministro, apara avançar, o país precisa concretizar reformas, investir em abertura comercial e educação

Publicado por Comunicação em 12 de novembro de 2021

A Acieg recebeu ontem, na sede da entidade, o ex-ministro da Fazenda, e ex-presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. O encontro reuniu vice-presidentes e diretores da Acieg, empresários e algumas personalidades políticas como o senador Vanderlan Cardoso, o deputado Francisco Junior.

Em seu discurso de abertura, o presidente da Acieg, Rubens Filei, falou da antiga relação da família de Meirelles com a entidade. “O pai de Henrique Meirelles, Hegesipo de Campos Meirelles, foi diretor na Acieg nos anos 1950 e ajudou a criar a escola Técnica de Campinas e o primeiro curso de Economia de Goiás, pela Acieg. Posteriormente transferido para a PUC.

Panorama econômico

Meirelles falou sobre tendências econômicas para 2022 e respondeu aos questionamentos dos empresários presentes no encontro. Sobre a situação em que o país se encontra, ele diz enxergar que o país precisa de uma agenda que envolva reformas administrativa e tributária, privatizações e concessões, ambiente de negócios, abertura comercia e investimento em educação.

Ele falou sobre questões fiscais, dos ajustes ao teto de gastos e da postergação dos precatórios. “Se continuarmos nessa linha, eu acho que caminhamos para uma linha que eu chamaria quase desastrosa”, afirmou. O ex-ministro relembrou o ano de 2010 em diante, quando, devido ao constante aumento do gasto público, os resultados da economia começaram a cair.

Foi analisada ainda a atual gestão econômica do governo, afirmando que quando o teto começa a ser corroído é o momento de estabelecer limites para forçar o executivo e legislativo a terem prioridades. “O que acontece agora é o contrário, não há prioridades: Vai se gastar em tudo, em projetos eleitoreiros, de curto prazo para a eleição do ano que vem”.

Inflação e alta dos juros

Henrique Meirelles apontou como o quadro de juros elevados, alta inflação. “Toda essa insegurança é uma questão que tira a credibilidade de política econômica”.
Para o ex-ministro a avaliação é desafiadora. “Tivemos uma boa recuperação no ano passado.

No pior momento da crise as pessoas achavam que teríamos uma queda de 7 a 8%, mas acabamos em -4,1%”. Segundo ele, essa queda foi menor devido a fatores como auxílio emergencial e os programas de manutenção do emprego, além das medidas monetárias, como por exempli a Taxa Selic a 2%, aliviando as dívidas das empresas.