Indústria encolhe em janeiro e informalidade avança em Goiás

Publicado por Comunicação em 11 de março de 2021

Por: O Hoje

O ano de 2020 encerrou-se com desemprego elevado, avanço na informalidade e perda de renda para os trabalhadores, diante dos efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho e sobre a economia em Goiás. O início de 2021, no entanto, não vem trazendo notícias mais auspiciosas.

A produção industrial experimentou o quinto retrocesso consecutivo e, para agravar o cenário, registrou uma aceleração no ritmo das perdas em janeiro, demonstrando fragilidade muito acima da média quando considerados os demais Estados acompanhados pela pesquisa mensal da produção industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A indústria sofreu recuo de 0,5% em janeiro, na comparação com dezembro de 2020, um mês já tradicionalmente fraco para o setor diante da virtual paralisação em geral experimentada no período em função das festas de fim de ano, evitadas pela maior parcela da população no ano passado.

Na comparação com o mês imediatamente anterior, a produção vem caindo desde setembro do ano passado, quando experimentou recuo de 0,3%. Os meses seguintes registraram quedas de 3,4%, de 1,3% e de 0,9% em outubro, novembro e dezembro, respectivamente.

Desde junho de 2020, conforme a série estatística do IBGE, a produção da indústria goiana acumula retração de 6,8%. O tombo foi mais severo na comparação com janeiro do ano passado, atingindo um retrocesso de 9,3% no primeiro mês deste ano.

Sete entre os nove segmentos industriais investigados pelo IBGE no Estado anotaram perdas frente ao primeiro mês do ano passado. As maquiladoras de veículos (sim, a indústria instalada no Estado importa de motores, câmbios, freios e componentes eletrônicos e de inteligência embarcada até acessórios de valor agregado mais baixo) encolheram nada menos do que 59,5% – uma queda que vem na sequência de meses de perdas já severas para o setor.

A indústria de farmoquímicos e de produtos farmacêuticos, que chegou a apresentar desempenho positivo nos primeiros momentos da pandemia, desandou ao longo da segunda metade do ano passado e despencou 23,5% em janeiro, com perdas mais severas no setor de medicamentos.

Sinal vermelho

Também ficaram no negativo as indústrias de produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos), com baixa de 13,2%, a indústria extrativa, que encolheu 6,6% (reflexo da menor produção de minérios de cobre e de fosfato), assim como a metalurgia, em baixa de 5,0%. Embora as quedas tenham sido duras, chamaram mais a atenção as baixas
experimentadas pelas indústrias de alimentos e de biocombustíveis (etanol e biodiesel), que puxaram o freio de mão no primeiro mês do ano, anotando baixas de 7,7% e de 6,0% pela ordem.

Conforme o IBGE, o setor alimentício foi afetado pela retração na produção de leite em pó, farelo e
óleo de soja, principalmente (lembrando que as exportações do Estado de soja em grão, farelo e óleo estiveram em baixa nos dois primeiros meses deste ano).