Juros do cheque especial e crédito não consignado caem em julho
Taxas para empresas cresceram no mês, diz BC
Publicado por Comunicação em 27 de agosto de 2021
As famÃlias pagaram juros menores no cheque especial e no crédito não consignado em julho, de acordo com dados divulgados hoje (27) pelo Banco Central (BC). A taxa de juros do cheque especial para pessoas fÃsicas caiu 2,1 pontos percentuais no mês e chegou a 123,5% ao ano.
Já no crédito pessoal não consignado a queda foi de 2,9 pontos percentuais, alcançando 79,5% ao ano em julho. Por outro lado, os juros do crédito pessoal consignado variou 0,1 ponto percentual no mês, para 18,8% ao ano.
Da mesma forma, houve aumento em cartões. Os juros do rotativo do cartão de crédito cobrados pelos bancos tiveram alta de 4 pontos percentuais no mês, alcançando 331,5% ao ano. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias. Após o prazo, as instituições financeiras parcelam a dÃvida. Nesse caso, no cartão parcelado, houve queda de 0,9 ponto percentual, com a taxa de juros ficando em 163,6% ao ano.
No geral, a taxa média de juros para as famÃlias situou-se em 39,8% em julho, com redução de 0,1 ponto percentual no mês e em 12 meses.
Já no crédito livre para pessoas jurÃdicas, a taxa média de juros cresceu 0,9 ponto percentual no mês e 3 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 15,4% ao ano. Os destaques são para desconto de duplicatas e outros recebÃveis (alta de 1,5 ponto percentual, para 12,2% ao ano), capital de giro (alta de 0,6 ponto percentual, para 15,5% ao ano) e financiamento à s exportações (alta de 1,1 ponto percentual, para 10,4% ao ano).
Crédito direcionado
Essas taxas são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, e é destinado basicamente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.
No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas fÃsicas ficou em 7% ao ano em julho, alta de 0,2 ponto percentual no mês. Para as empresas, a taxa também subiu 0,2 ponto percentual para 8,7% ao ano no mês passado.
Inadimplência e endividamento
A inadimplência (considerados atrasos acima de 90 dias) das famÃlias, no crédito livre, cresceu 0,1 ponto percentual, para 4,1%, em julho. Já as empresas, na mesma modalidade, ficou estável no mês, em 1,6%. De acordo com o BC, as taxas de inadimplência permanecem nos menores nÃveis da história, com média de 2,3%.
O endividamento das famÃlias, relação entre o saldo das dÃvidas e a renda acumulada em 12 meses, bateu novo recorde e chegou a 59,2% em maio, na série histórica iniciada em janeiro de 2005, refletindo o aumento das concessões de empréstimos. Com a exclusão do financiamento imobiliário, que pega um montante considerável da renda, ficou em 36,5% no mês.
Já o comprometimento da renda, relação entre o valor médio para pagamento das dÃvidas e a renda média apurada no perÃodo, ficou em 30,6% naquele mês. Para esses dados de endividamento e comprometimento, há uma defasagem maior do mês de divulgação, pois o Banco Central depende de dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE) sobre a renda das famÃlias.
Saldo
No mês passado, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 4,265 trilhões, um aumento de 1,2% em relação a junho. Em 12 meses, o crescimento total da carteira de crédito manteve-se estável, de 16,3% em junho para 16,2%, em julho. No perÃodo houve aceleração das operações de crédito destinadas à s famÃlias de 17,5% para 18,2%. Por outro lado, a carteira de crédito para empresas tiveram desaceleração, de 14,8% para 13,6%, no mesmo perÃodo de referência.
Mas olhando apenas para o crédito direcionado, a carteira de pessoas jurÃdicas teve altas de 1,9% no mês e de 14,6% em 12 meses, com destaque para a expansão de 7,1% em julho na carteira de outros créditos direcionados, onde estão inseridas as operações contratadas no âmbito do Programa Nacional de Apoio à s Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
O saldo do crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) correspondeu a 52,6% de todos os bens e serviços que o paÃs produz – o Produto Interno Bruto (PIB).
O crédito ampliado ao setor não financeiro, que é o crédito disponÃvel para empresas, famÃlias e governos independente da fonte (bancário, mercado de tÃtulo ou dÃvida externa) alcançou R$ 12,731 trilhões (156,9% do PIB), crescendo 1,4% no mês e 16,2% em 12 meses, resultado principalmente da elevação da carteira de empréstimos do SFN e de tÃtulos públicos, que teve alta de 24,2% no perÃodo.
A variação mensal refletiu crescimentos de 1,1% nos empréstimos e financiamentos e de 1,2% nos tÃtulos de dÃvida. Já a dÃvida externa elevou-se 2,4% refletindo a depreciação cambial de 2,39% no mês.