Logística é tema de discussão entre empresários goianos
Publicado por Comunicação em 01 de março de 2023
A última reunião da 45ª diretoria da Acieg, realizada na noite de terça-feira (28) contou com um debate sobre as dificuldades dos empresários quando o assunto é logística. O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Goiás, Rubens Fileti também aproveitou para relembrar a última gestão e fazer projeções para os próximos anos à frente da entidade.
Rubens Fileti lembrou de quando assumiu a presidência da Acieg e que fez diversos planos para sua gestão, mas que logo foi anunciada a pandemia da Covid-19. “Foram tempos complicados, momentos de dúvida e de dificuldade. Mas a nossa força, o trabalho que desenvolvemos junto do governo estadual e das prefeituras, conseguimos superar.”
O presidente relembrou, ainda, tantas outras demandas que chegam diariamente ao seu conhecimento e os esforços que todos os diretores fazem para buscar melhorias para todo setor produtivo. “Principalmente após a pandemia, tivemos empresários que chegaram para pedir ajuda, orientação, tivemos grandes projetos na área da saúde, contra a violência e pela recuperação da economia.”
Listando os problemas enfrentados, não apenas durante a sua gestão, mas como uma dificuldade crônica do setor produtivo nacional, Rubens Fileti apresentou os empresários convidados a participarem de um debate sobre logística. Paulo Afonso Lustosa, Kelson Costa e Ailton Flávio conversaram com os presentes sobre as dificuldades e opinaram sobre o que consideram importante e relevante para melhoria do setor.
Paulo Afonso Lustosa ressaltou a complexidade da logística em um país de proporções continentais, como o Brasil, considerando a qualidade da malha viária e a falta de ferrovias. Ele ainda disse que nem mesmo os investimentos dos antigos governos foram suficientes para amenizar o prejuízo que o empresário precisa assumir para transportar seus produtos. “Falar de transporte é falar de dificuldade todos os dias.”
Ele ainda destacou que além das rodovias em péssimas condições, a falta de ferrovias inviabiliza o uso dos portos. “Se observarmos, o panorama é muito ruim há muito tempo. Estradas, corredores estruturantes, ferrovias. Tudo é deficitário e o empresário é quem paga a conta. Dia desses estávamos discutindo 5G nas rodovias em uma reunião no congresso, mas entendo que primeiro precisamos melhorar as rodovias. É uma tragédia do ponto de vista técnico.”
Custo é principal desafio
Kelson Costa também participou da conversa e afirmou que o principal desafio é o custo do transporte. “Ainda mais para quem trabalha com exportação, sem modelo de transporte, temos dificuldade até de mensurar estes custos.” Ele ainda falou que da década de 60 até a década de 80 houve grande incentivo para incremento do transporte rodoviário, mas não houve suporte necessário. “A logística não foi profissionalizada ao mesmo passo que a compra de caminhões foi incentivada.”
Ailton Flávio concordou e disse que além de não haver profissionalização dos autônomos que atuam diretamente no transporte, falta tecnologia para garantir que os empresários consigam cumprir as leis de transporte. Ele reforçou que existem muitas cobranças e pouco se oferece como contrapartida. “O custo que temos não é suficiente para arcar com o serviço prestado. Um dos desafios é trabalhar para reduzir os custos e atender, no meu caso, a RDC 430.” A RDC 430 é uma resolução de 2020 que estabelece requisitos de boas práticas de distribuição e armazenagem e de boas práticas de transporte de medicamentos.
Ailton Flávio destacou a necessidade dos empresários se juntarem para cobrar dos parlamentares e do governo federal, melhorias para a infraestrutura e das leis. “Se as instituições, empresas e empresários não se juntarem para buscar melhorias para esta área, não teremos melhora, pelo contrário.” Ele ainda reforçou que essas operações de logística requerem atenção constante, além de planejamento e cálculos diversos.
Principais problemas listados pelos participantes da conversa:
- Dependência do transporte rodoviário
- Falta de qualidade dos portos
- Custo geral
- Falha na gestão de informações
- Falta de tecnologia